terça-feira, junho 24, 2008

FILOSOFIA, POR QUÊ?


Por Carlos Augusto Sultanum Cordeiro


Em recente leitura da obra “A Revolta de Gaia” de James Lovelock, cuja leitura recomendo, pude me deparar com um quadro preocupante. Durante milênios, a humanidade vem explorando a Terra sem ligar para o custo. Agora, com o aquecimento do planeta e a drástica mudança dos padrões climáticos, a Terra está começando a reagir. A maioria das pessoas pensantes percebe que as mudanças em nosso ambiente estão ocorrendo como resultado da atividade humana. Um quadro devastador, que se agrava pela postura nada participativa de alguns países que têm dado costas aos mais recentes tratados internacionais, assinados com o objetivo de reduzir a emissão de gases poluentes e encaminhar soluções para os problemas existentes. Nas questões econômicas, estamos atrelados às metas e objetivos que são “ditatorialmente” quantitativos, delimitados pelas políticas de cada país, numa lógica da busca desenfreada pelo “crescimento” de cada um dos PIBs.

Analisando o processo citado por Lovelock e o percebendo como um momento crítico, me sinto envolto ao quadro de dor citado e concluo ser imprescindível observar atento e produzir indagações que possam atingir a dimensão do nosso projeto de “ser”, se ele está refletido nas políticas traçadas pelos vários governos e em nossa vontade de destino. Talvez seja preciso rever os nossos objetivos, adequando-os aos verdadeiros valores existenciais do “ser”. Talvez seja vital mudar a nossa forma de pensar e de produzir valores e, principalmente e mais urgente, mudar radicalmente a nossa forma de educar as futuras gerações.

Sem desmerecer a Ciência e seus avanços inquestionáveis, mas será que conseguiremos nos afastando da Filosofia?

Ao Filósofo não basta a simples admiração, é preciso viver, ver e ouvir, refletindo e suspeitando, com o intuito de ir além do que todos rotineiramente vêm. Compete a ele mostrar que o mundo, como existe, representa uma das formas possíveis, mas que pode haver muitas outras.

Penso que devamos indagar por uma alternativa diferente de mundo, introduzindo e ampliando o que possa existir do pensamento filosófico em nossas relações pessoais, sociais, em nossas escolas, em nossas empresas, em nossas instituições, em nosso cotidiano, fazendo-nos clamar e abstrair até o que fôr necessário para que possamos sonhar um mundo melhor, com menos foco nas ciências e mais ênfase no“SER”humano.

Não seria o caso de fazer da adversidade o ambiente mais propício, vislumbrando um campo vasto de oportunidades para o exercício da Filosofia?

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Concordo plenamente contigo Guto,infelizmente não são todos que pensam como nós mas acredito que, aos poucos conseguiremos conscientizar pelo menos aquelas pessoas que estão mais próximas de nós.