terça-feira, dezembro 12, 2006

Reciclagem e Artesanato


Mauritânia Lino de Oliveira é bióloga e educadora.


Reciclagem e Artesanato

Por Mauritânia Lino de Oliveira

A sociedade de consumo gera uma série de resíduos que poderiam ser re-aproveitados ao invés de ficarem jogados no meio ambiente, entupindo a rede de águas pluviais, acumulando água da chuva e propiciando condições para a proliferação de mosquitos e outros insetos.
No caso do Plano Piloto de Brasília, um estudo realizado pelo Engº Florestal Benício de Melo Filho (Correio Braziliense, de 26/11/2006), autor do livro “O valor econômico e social do lixo de Brasília”, a falta de coleta seletiva faz com que a cidade jogue fora cerca de R$ 75 mil por semana em produtos que poderiam ser reciclados.
Em uma época em que se cultua o desperdício, “reciclar” tem sido o verbo do momento.
De acordo com AULETE (2004), “reciclar” é “reaproveitar (algo) para a produção de novos produtos, ou recuperá-lo para sua reutilização”.
Ao conjunto de técnicas que têm por finalidade coletar, separar e processar os detritos para serem usados como matéria-prima para a confecção de novos produtos, chamamos “reciclagem”, processo que se popularizou na década de 1970, quando as preocupações com o meio ambiente passaram a ser tratadas com mais seriedade.
A proteção ambiental vem introduzindo novos valores em pequenas parcelas da sociedade. Contudo, algumas organizações já estão preocupadas com que seus produtos sejam ecologicamente corretos e algumas pessoas têm tomado iniciativas que servem de exemplo para uma mudança do atual sistema de consumo exagerado e despreocupado com o futuro do planeta.
Em Taguatinga, Distrito Federal, vamos encontrar um artesão ecologicamente correto.
O nome dele é Virgílio Mota, baiano,55 anos de idade, que reside em Brasília há sete anos. Desde então, desenvolveu uma técnica de produção de móveis a partir de material reciclável,como papelão, sacos de cimento e madeira para confecção de suas obras. Já produziu cerca 112 peças, entre bancos, cadeiras e móveis em geral.
Em 2004, expôs alguns de seus móveis na Casa Cor Brasília, e atualmente faz parte de uma equipe que desenvolve trabalhos voluntários na instituição beneficente Casa Azul em Samambaia, Distrito Federal, ministrando oficinas, ensinando a arte com material reciclável.
Virgílio trabalha em parceria com Caroline Nóbrega em um ateliê em Taguatinga Norte, chamado “Espaço Tempo Eco Arte”, onde há uma infinidade de peças, papelão, madeira e outros materiais que, de alguma forma, serão aproveitados na produção e finalização de seus trabalhos.
Os dois artesãos acreditam estar fazendo a sua parte, mesmo diante de todas as dificuldades de apoio e patrocínio, mas têm consciência da grande importância de seus trabalhos para o bem do planeta.
Acreditam que todos devem buscar alternativas para aquilo que esteja ao seu alcance, apostando que pequenas mudanças geram grandes transformações.
Não cansam de ensinar nas oficinas que ministram que, através da consciência ecológica e da Educação Ambiental poderemos alcançar um futuro realmente digno para as próximas gerações.

Fontes:

Entrevista com o artista plástico Virgílio Mota, por telefone, realizada em 11.dez.2006.

AULETE, Caldas. Mini-dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004.

Reciclagem: um tesouro no lixo. Caderno Cidades, Correio Braziliense, 26.nov.2006, p. 35-36.

Página: www.compam.com.br. Acesso em 11.dez.2006. Posted by Picasa

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